quinta-feira, 23 de maio de 2013

A tristeza não tem tido tempo pra ficar



Confesso, eu esperei demais.
Naquele vai e vem.
Você trazia tristeza e paz.
E quando decidi te deixar de lado.
Você voltou, querendo adoçar a minha boca.
Deslizei alegremente em seus lábios.
E me vi de novo naquela droga.
Eu disse nunca mais.
Disse:  A tristeza não tem tido tempo pra ficar.



sexta-feira, 17 de maio de 2013

Vai tarde


Estão engavetadas.
Próximo à cama.
No oculto da minha alma.
E no porão, eu deixei a saudade.
Num vazio descontente.
Nos meus sonhos um refúgio.
Tão inerte, tão bonzinho, mas tão falho.
Não me mostre atalhos e não venha clarear minhas angústias.
Agradeço a visita.



quinta-feira, 16 de maio de 2013

Pela última vez

E tragou pela última vez.
Como era de hábito aos sábados.
Não que fosse uma coisa boa.
E sim, sabia que o cheiro fica impregnado na roupa.
Mais tarde sentiu-se mal.
Passou a pensar nos problemas que viriam.
Mas o cigarro ajudava a esquecer.
Esquecer alguém ou algo.
Um vício curando o outro.
Decidiu parar.
Sentiu uma falta absurda, mas os pulmões estavam cansados.
Aquela vasta sensação de bem estar, tinha que ir embora.
Tinha sido uma escolha péssima logo de inicio.
E tragou pela última vez.


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Meu vício


Abandonei.
Como outras vezes tentei.
Abandonei meus espasmos por você.
Só as lembranças de alívios fora do limite, me restaram.
Minha mente tão descontrolada por você, esta em paz.
Meu corpo se abre na medida em que vejo você cada vez mais longe de mim.
Eu peguei meu casaco preto, desci próximo ao que me mutilou.
Abandonei, sem enormes saudades e senti lágrimas camufladas.
Deixo-te ir. Leve com você tudo o que um dia nos firmou.
Do precipício ao arrependimento, te abandonei.



quinta-feira, 9 de maio de 2013

De novembro a novembro


Meses sem se importar com as próprias angustias.
Sem medo de sentir a solidão.
Se esforçando para continuar.
Ofegando a cada paixão.
Dias bons, dias nublados, de novembro a novembro.
Aceitando o tempo, deixando ele passar.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Cabe aqui



Cabe?
Aqui neste segundo, cabe?
Este alívio, este grito, este pedaço seu.
Cabe, seu gosto, seu lábio, seu cheiro.
Um tapa, um gemido, uma palavra qualquer.
Cabe, neste segundo.
Cabe nele o mais profundo, sim ou não.
A gente amontoa a diferença e a dúvida.
Cabe, neste segundo.
Coloca o desespero da solidão e uma dose de whisky.
Cabe, neste sorriso, neste adeus, neste  foda-se.
Um sexo, um olhar, uma certeza.
Cabe a nós neste segundo.
Um instante e uma lembrança pra virar saudade.