terça-feira, 24 de setembro de 2013

...

Vestida de forma atraente e disposta a encantar novos corações, Anita. Na primeira rodada de cerveja, no primeiro cigarro da noite... Prestes a cometer um crime,cuja a pena é lembrar de algo que já deveria estar morto e enterrado a muito tempo.

Saiu, jogando conversa fora, trocando números... Quem poderia notar? Enquanto sua consciência aturava as lembranças das conversinhas mal contadas, das promessas não cumpridas e aquela falta de consideração corriqueira... E lá estava muito bem colocado na mesa e ao lado do batom vermelho, nosso querido celular. Anita não se conteve, pegou o batom e logo em seguida o queridíssimo celular, foi ao banheiro e mandou um “onde você está”? ’’, obviamente na intenção de encerrar a noite nos braços carinhosos daquele homem, que muito provavelmente já estava bêbado nos braços de outra.

E durante a noite, entre mais cervejas, mais cigarros e mais bate- papo, ele não havia respondido sua mensagem... E aquele silêncio se transformava em um câncer. Ao invés de aceitar o convite daquele moço do papo atraente, Anita preferiu ir pra casa e esperar por mais duas horas, talvez uma ligação, uma mensagem... Mas como tantas outras vezes, o bom moço a ignorou ou pode ser que nem tenha visto a mensagem. Caiu no sono, e acordou com o coração cansado, com os olhos borrados e admitindo a derrota.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Não percamos tempo

E que não percamos tempo.
Por favor.
Se por um acaso isso acontecer, que tenhamos um plano B.
E se a vida passar depressa, que tenhamos pelo menos algumas fotos pra lembrar.
Nada de surpresas. Nada de promessas não cumpridas.
E que o final seja diferente.
Que tenhamos coragem.

Nada de desencontros, erros e perda de tempo.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Em busca


Em um mistério contido,
Em busca do equilíbrio, de abrigo.
Em um planeta invisível, em seu quarto.
Sobre eu e ele, grandes histórias, nenhuma contada.
Eu sempre tinha que ir embora, em cada verso bonito.
E você me procurava, quando parecia não me ter nas mãos.
Em busca do equilíbrio, de abrigo, eu não voltei.



quinta-feira, 23 de maio de 2013

A tristeza não tem tido tempo pra ficar



Confesso, eu esperei demais.
Naquele vai e vem.
Você trazia tristeza e paz.
E quando decidi te deixar de lado.
Você voltou, querendo adoçar a minha boca.
Deslizei alegremente em seus lábios.
E me vi de novo naquela droga.
Eu disse nunca mais.
Disse:  A tristeza não tem tido tempo pra ficar.



sexta-feira, 17 de maio de 2013

Vai tarde


Estão engavetadas.
Próximo à cama.
No oculto da minha alma.
E no porão, eu deixei a saudade.
Num vazio descontente.
Nos meus sonhos um refúgio.
Tão inerte, tão bonzinho, mas tão falho.
Não me mostre atalhos e não venha clarear minhas angústias.
Agradeço a visita.



quinta-feira, 16 de maio de 2013

Pela última vez

E tragou pela última vez.
Como era de hábito aos sábados.
Não que fosse uma coisa boa.
E sim, sabia que o cheiro fica impregnado na roupa.
Mais tarde sentiu-se mal.
Passou a pensar nos problemas que viriam.
Mas o cigarro ajudava a esquecer.
Esquecer alguém ou algo.
Um vício curando o outro.
Decidiu parar.
Sentiu uma falta absurda, mas os pulmões estavam cansados.
Aquela vasta sensação de bem estar, tinha que ir embora.
Tinha sido uma escolha péssima logo de inicio.
E tragou pela última vez.


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Meu vício


Abandonei.
Como outras vezes tentei.
Abandonei meus espasmos por você.
Só as lembranças de alívios fora do limite, me restaram.
Minha mente tão descontrolada por você, esta em paz.
Meu corpo se abre na medida em que vejo você cada vez mais longe de mim.
Eu peguei meu casaco preto, desci próximo ao que me mutilou.
Abandonei, sem enormes saudades e senti lágrimas camufladas.
Deixo-te ir. Leve com você tudo o que um dia nos firmou.
Do precipício ao arrependimento, te abandonei.



quinta-feira, 9 de maio de 2013

De novembro a novembro


Meses sem se importar com as próprias angustias.
Sem medo de sentir a solidão.
Se esforçando para continuar.
Ofegando a cada paixão.
Dias bons, dias nublados, de novembro a novembro.
Aceitando o tempo, deixando ele passar.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Cabe aqui



Cabe?
Aqui neste segundo, cabe?
Este alívio, este grito, este pedaço seu.
Cabe, seu gosto, seu lábio, seu cheiro.
Um tapa, um gemido, uma palavra qualquer.
Cabe, neste segundo.
Cabe nele o mais profundo, sim ou não.
A gente amontoa a diferença e a dúvida.
Cabe, neste segundo.
Coloca o desespero da solidão e uma dose de whisky.
Cabe, neste sorriso, neste adeus, neste  foda-se.
Um sexo, um olhar, uma certeza.
Cabe a nós neste segundo.
Um instante e uma lembrança pra virar saudade.



terça-feira, 30 de abril de 2013

Tão solta.


Eu caminho, de mãos livres.
Eu me balanço, e no impulso  me deixo levar.
Fechei os olhos, deixei a energia entrar.
Vou e volto, querendo sempre mais.
Vício.
Intenso, não consigo conter.
No silêncio, me contento.
Na calmaria, me faz sorrir a toa.
Tão sutilmente, vício.
Nesse calmo balançar, eu me sinto cada vez mais distante.
Solta, como as ondas.
Delírios nas danças, eu me perco em que passo dar.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Meu monstro


Contido em mim, monstro.
Tão belo monstro, contido.
As bebidas não afetam.
Nem mesmo um gole daquilo que aperta o peito.
Há verdades de mim, que dizem por ai.
Uma moça gentil, amável.  Não acreditei, claro que não.
Monstro calejado de escrever sobre seus erros.
Como poder explicar a eles esses traços, linhas, vírgulas e pontos.
Guardei no verso, meu sorriso.
E deixei na capa o monstro contido.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Eu quero que você....




Naquela noite, em que seus passos desviam os postes.
Você me procurava pra dizer, o quão andava deprimida.
E querida, eu quero que você se vire, eu quero que você se dane.
Eu não me importo e estou certo.
Estou certo, que não preciso mais do seu amor.

Estou bem, estou em outra cidade.
Não importa o quanto você caminhou.
Querida, eu quero que você se vire, eu quero que você se dane.
Porque o meu amor, acabou.
E eu estou a caminho de casa.

Não me siga, por favor.
As pessoas não entenderiam.
Não tente entrar no meu carro, por favor.
Eu não cuidarei de você.
Estou indo pra casa, então me deixe.

Naquela noite, eu vi sua sombra por todo caminho.
Perdi o controle do carro e bati de frente com aquele caminhão.
E você disse, querido, eu não ligo mais.
Eu quero que você se vire, eu quero que você se dane.
Porque eu nunca precisei do seu amor.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Deixa fluir


Sentir.
Sentir o vento, a brisa e a tarde nublada.
Sentir o movimento contínuo do tempo.
Sentir medo de amar.
Medo de perder.
Tentar deixar fluir.
Esperar pra ver o que ele quer de mim.
Me permitir.
Não há por que adiar amor e nem desculpas para não mantê-lo.
Eu quero o tempo amigo com ponteiros lentos.
Afinal, quero curtir cada momento.
E que ao anoitecer, que você queira me visitar...
Pra dizer que a hora é agora.
E que juntos tudo irá fluir da melhor forma.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Amor colorê



Se você não se importar, quero te falar...
Dos dias cor de laranja em que as palavras saiam azuis.
E eu disse que de todos os amores do mundo, você era vermelho,
vermelho com branco, quase rosa.
E seu abraço verde azulado, tinha a cor da minha blusa favorita.
Sua amizade a de ser pra sempre verde água.
Tínhamos um amor carnal vermelho intenso, cheio de desejos.
Um amor sem cores negras e sem rejeições.
De tão branco não se questiona, não se explica.
Se um dia acinzentar, amanhã a de ser azul bebê.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Dorme

                              
                                   Dorme, porque dormir te mantem acordada pra viver.



3 dias







E tem cara de moça sabida.
Decidida em querer viajar.
Entregou-se nas longas estradas.
Doou-se nas paisagens.
E encontrou cor na liberdade.
Rouba de mim o vazio dos dias da semana e transforma em finais de semana cheios de amor.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Meu desenhista




Quero ver essas suas mãos
e esses seus dedos que formam desenhos.

Sabe...
Eu observo atentamente,
quando um risco sai mais bruto devido ao tardar da noite.
E eu sei que é preciso tardar,
para propositalmente os riscos saírem absurdamente perfeitos.

Quero ver essas suas mãos,
que cobrem capas de livros intermináveis de ler.

E eu te leio através dos desenhos.
E eu acaricio suas imagens.
Ás vezes não entendo algumas gravuras,
e rio sozinha ao ver o quanto você me deixa curiosa.
Eu quero ver seus papéis espalhados no cobertor.
Quero ser a mulher que te inspira.
Quero sentir o cheiro do seu café amargo,
após horas desenhando.

Na cor dos teus olhos,
tens algo que me toma de surpresa.


Acessem :  http://anemarts.wordpress.com/

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Garota aos 15



Estava tão devastada por dentro,
que não podia ouvir seus pais.
Juntou as roupas pelo chão,
sem ao certo saber pra onde ia.
Eu ainda estava nela e ela em mim,
e mesmo assim havia um vazio.
Não se cegaram quanto às diferenças.
Eu já estava cansada, dessa chuva de sentimentos.
Só restaram delírios, desta paixão fértil, porem cansada.
Agora somos apenas duas garotas perdidas nesta fantasia.
Aonde não é possível saber, qual de nós vai enlouquecer primeiro.
Separadas sem porquês, sem razões e por seus pais.
Passamos feito desconhecidas em meio a cidade.
Agora só restou o silêncio que corrói tudo,
e que me destina a dizer que estou melhor sem você.